Classificação Científica
Filo:
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T. rufiventris
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Taxonomia, denominação popular e
ocorrência.
Pertence à ordem Passeriformes e à família Turdidae, que migrou da Europa para a América há cerca de 20 milhões de anos. A denominação científica da espécieé Turdus rufiventris, tendo
sido descrito pela primeira vez por Louis Jean
Pierre Vieillot em 1818. Foram descritas duas subespécies: Turdus rufiventris
rufiventrise Turdus rufiventris juensis.
O nome sabiá deriva
do tupi haabi'á. No
Brasil tem uma quantidade de denominações populares, entre elas sabiá-cavalo,
sabiá-ponga, piranga, ponga, sabiá-coca, sabiá-de-barriga-vermelha,
sabiá-gongá, sabiá-laranja, sabiá-piranga, sabiá-poca, sabiá-amarelo,
sabiá-vermelho ou sabiá-de-peito-roxo. Em espanhol é conhecido como tordo
de vientre rufo, zorzal colorado, zorzal común.
É nativo da Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, com uma ampla área de ocorrência
que vai do nordeste do Brasil até o sul da Bolívia e norte-leste da Argentina.
Não ocorre na Bacia Amazônica. Sua
população é considerada estável mas não foi quantificada, e é descrito como uma
ave comum. Por isso aLista Vermelha da
União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais a
classificou como espécie em condição pouco preocupante.
Descrição
Este sabiá mede
23 cm de comprimento, tem o bico reto de cor amarelo-oliva, as patas
cinza, o olho negro circundado finamente de amarelo e a penugem do dorso de um
tom uniforme marrom-acinzentado. A garganta é esbranquiçada rajada de marrom, o
peito é cinza-pardo, que vai mudando para um alaranjado opaco no ventre. Não há dimorfismo sexualsignificativo, mas as fêmeas
tendem a ser maiores que os machos e um pouco mais claras no ventre. A
existência de colorações aberrantes, incluindo albinismo, não é rara, mas é pouco citada na
literatura. A causa disso não é bem esclarecida, mas pode estar ligada a
alterações no seu meio ambiente ou mutações genéticas.
Ocorre também o leucismo as vezes denominado erroneamente
de albinismo. O leucismo é a perda parcial ou total de melanina, segundo
estudos tem uma frequência inferior a 1%. Ocorre principalmente nas penas o
restante geralmente a pigmentação é normal. Não se sabe como é transmitida
geneticamente esta condição. Existem poucos casos de acompanhamento na
natureza.
Ecologia e biologia
Habita
originalmente florestas abertas e beiras de campos, mas como é uma espécie
bastante adaptável penetrou com sucesso nas áreas de lavoura e cidades,
exigindo porém a proximidade de água. É visto com frequência percorrendo o
solo, mas nunca longe das árvores. É uma ave territorial mas relativamente
tímida, e seu canto melodioso, aflautado e frequente logo denuncia sua
presença, podendo ser ouvido a mais de 1 km de distância. Seu canto é
longo, podendo durar até dois minutos sem interrupção. A frase principal tem de
10 a 15 notas, mas ele é capaz de imitar as vocalizações de outras aves como o curiango e o joão-de-barro e assimilar trechos em seu
próprio canto, em inúmeras variações. Canta principalmente no período
reprodutivo, antes do amanhecer e ao anoitecer, para atrair a fêmea e demarcar
seu território.
O ninho é feito
entre setembro e janeiro em arbustos, árvores de folhagem densa e cachos de
banana, empregando fibras e gravetos ligadas por um pouco de lama, num formato
de tigela funda. Por dentro são revestidos de materiais mais macios como hastes
de flores e capim. Põe de 3 a 4 ovos verde-azulados pintados de sépia, que
medem 28 x 21 mm. Os filhotes nascem após treze dias de choco,
recebendo atenção de ambos os pais. Em três semanas podem deixar o ninho. Cada
fêmea choca três vezes por ano e pode gerar até 6 filhotes por temporada. O
sabiá-laranjeira pode viver até dez anos na natureza.
Sua nutrição se
compõe basicamente de artrópodes, larvas, minhocas e frutas maduras. Pode
se tornar um predador importante de sapos e rãs logo que deixam a fase de girino. É um importante dispersor de sementes das
espécies frutíferas que consome, pois ou regurgita as sementes em outros locais
ou elas saem em suas fezes fertilizantes e com isso se tornam mais aptas à
germinação. Como outras espécies de sua família, pode se reunir em bandos
mistos que empregam diferentes estratégias para melhorar suas chances de boa
alimentação, o que lhe confere uma vantagem adaptativa para ocupação de áreas
degradadas e urbanas.
Não há na
literatura especializada muitos registros de inimigos naturais do
sabiá-laranjeira, mas já foi observado que o tucano Ramphastos dicolorus preda
jovens e até exemplares adultos. Em meio urbano o gato doméstico é um importante predador. Em
algumas regiões está ameaçado pela destruição do habitat e pelo tráfico de animais
silvestres.
Importância cultural
É uma das aves mais
populares do Brasil, sendo uma presença comum em seu folclore e mesmo na cultura erudita, sendo
indicado por decreto presidencial de 2002 como centro das comemorações do Dia
da Ave. De acordo com o ornitólogo Johan Dalgas Frisch,
um dos principais defensores da nomeação, ela se justifica porque este sabiá é
conhecido por crianças e adultos, é comum nas zonas rurais povoadas e nas
cidades, e por isso é sentido como uma ave familiar por grande parte da
população, e porque "tem qualidades impares. Não existem dois sabiás que
cantem da mesma maneira.... os sons maravilhosos do sabiá desabrocham nos
jovens corações veios poéticos, tão puros e belos como se um cego abrisse seus
olhos ao ver a luz e as cores das flores na terra.... uma lenda indígena
assegura que quando uma criança ouve, durante a madrugada, no início da
Primavera, o canto do sabiá, será abençoada com muita paz, amor e
felicidade". Em ofício ao presidente Fernando Henrique
Cardoso, a comissão de ministros encarregada da escolha
justificou-se dizendo que o sabiá-laranjeira tem larga distribuição nacional e
porque é, dentre as aves, "a mais inspiradora e, conseqüentemente, a mais
aclamada e decantada pelo sentimento popular e cultural". Em pesquisa de
opinião realizada pelo jornal Folha do Meio Ambiente 91,7% dos
entrevistados manifestou seu apoio à decisão.
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