quarta-feira, 2 de julho de 2014

Ferreirinho relógio

 Ferreirinho relógio
                                 Classificação Científica
Reino:
Filo:
Classe:
 Aves
Ordem:
SubOrdem:
Parvordem:
Superfamília:
 Vigors, 1825
Família:
 Berlepsch, 1907
Subfamília:
 Tello, Moyle, Marchese & Cracraft, 2009
Espécie:



O ferreirinho-relógio (Todirostrum cinereum) é uma ave passeriforme da família Rhynchocyclidae que recebe este nome vulgar devido ao seu canto que lembra o ato de dar corda em um relógio. É também conhecido como relógio, sebinho-de-dorso-cinza, sebinho-relógio e sibiti. 
O vivo contraste entre o cinza azulado escuro da cabeça com a parte ventral amarelo encarnado chama a atenção quando observado. O restante das partes superiores são lavadas de tom oliváceo, enquanto as penas longas das asas são bordejadas de amarelo. A cauda é escura, mas, vista por baixo, nota-se que as penas laterais possuem uma grande área branca na ponta. Os olhos são amarelo ouro, destacados contra a área mais escura da parte frontal da cabeça, quase uma máscara. Bico longo e chato, escuro e também notável.Ele mede 9 cm de comprimento.
O dimorfismo sexual é pouco aparente, restringindo-se a uma marcação esbranquiçada discreta no píleo, para as fêmeas (segundo Sigrist).
O canto origina o nome comum, parecendo com um relógio de mesa quando se dá corda. Canta o ano inteiro, bem como nas horas quentes do dia. O casal responde um ao outro, também aproximando-se de uma gravação do canto.
Reprodução e alimentação
Reproduz de julho a novembro. Constrói um característico ninho pendurado na ponta de galho fino, feito de restos de folhas, galhos finos e secos e painas.
Amarra e entrelaça os galhos secos, as folhas e as painas, que vão ser forradas dentro do ninho para aquecer os filhotes.
As folhas ficam por fora camuflando o ninho e os galhos são usados para deixar firme a estrutura do ninho. O material é colocado úmido e as partes aderem entre si, ao secar. Parte do material fica pendente, camuflando o ninho.
Esse material são as folhas e alguns galhos que não só camuflam mas aquecem os ovos ou filhotes e deixam mais firme o ninho. Característica entrada lateral com pequeno telhado protegendo.
Muitas vezes, o material de um ninho velho próximo é retrabalhado para a reprodução seguinte. Surpreende a resistência do ninho, aguentando chuvas fortes e ventos.
O ninho é muito bem trancado e não deixa a chuva entrar e nem o frio, é tão fechado que se você o abrir sentirá sair calor de dentro dele; calor que mantém os filhotes vivos sem passar frio, que normalmente são de 2 a 3.
Esse ninho tão bem feito, na maioria das vezes é grosso e tem em media de 1 a 2 cm de espessura, dependendo do clima é mais grosso ou mais fino dando a temperatura certa para os ovos e filhotes.

Hábitos
A distribuição da espécie Todirostrum cinereum ocorre do México à Bolívia, ao Brasil e às Guianas.
É um bom caçador de invertebrados no meio das folhagens da copa e baixa até 2 metros do chão. Alimenta-se de borboletas, mariposas, de insetos dípteros e lepidópteros – de tamanho pequeno ou médio, de aspecto frágil ou robusto e de colores generalmente apagadas. Ele é ativo o dia inteiro.
O ferreirinho-relógio poderia ser a ave símbolo da América Latina. Ele se faz presente do México ao Brasil, tendo sido avistado da Amazônia até Santa Catarina. Ele é característico de ambientes mais abertos, não ocorre em áreas extensamente florestadas, sendo muito comum em cidades. Vive escondido no meio da vegetação baixa e apresenta comportamento característico de movimentar a cauda lateralmente.

Obtido informações do site:http://chicosantanna.wordpress.com/2014/04/18/voce-conhece-as-aves-de-brasilia-conheca-aqui-o-ferreirinho-relogio/

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Araponga

               Araponga

                                   Classificação científica      
    
Reino:
Filo:
Classe:
 Aves
Ordem:
SubOrdem:
Parvordem:
Superfamília:
 Bonaparte, 1849
Família:
 Bonaparte, 1849
Subfamília:
 Bonaparte, 1849
Espécie:

A araponga é uma ave passeriforme da família Cotingidae. Também chamada de guiraponga, uiraponga, ferreiro e ferrador. Araponga é nome indígena e vem de ara (ave) e ponga (soar).
Seu nome significa: do (grego) prokinas = personagem da mitologia grega que se transformou em andorinha; e do (latim) nudus, nudis = nu, sem penas; e collis = pescoço. Ave que possui o pescoço sem penas, nu.
ESPÉCIE VULNERÁVEL (FAUNA AMEAÇADA NO ESTADO DE SÃO PAULO).
Características
Possui a cabeça achatada, boca alargada e ampla, o bico é curto. Os machos adultos são inteiramente brancos, exceto os lados da cabeça e garganta que são nus, de cor verde acobreada onde se implantam raras cerdas pretas, bico preto e pés pardos, tamanho médio de 27 centímetros. A fêmea adulta tem a parte superior verde oliva, com a cabeça cinza e a parte inferior amarela com estrias amarelo-esverdeadas e cinzento, a garganta é cinzenta onde entremeiam-se estrias negras, possui tamanho menor do que o macho. Crisso amarelo. O imaturo é semelhante à fêmea com cabeça e garganta negras, substitui as penas verdes sucessivamente por cinzento-esverdeado e brancas, as últimas em partes vermiculadas de cinzento, o macho torna-se totalmente branco com 3 anos de idade (Sick 1997).


Alimentação
Alimenta-se de frutas, bagas suculentas e insetos.

Reprodução
O macho elege certos galhos de árvores, que são usados por muitos anos, para sua cerimônia de canto atraindo várias fêmeas. Os machos de outras espécies como o pavó (Pyroderus scutatus), por exemplo, se associam para cantar juntos formando uma verdadeira arena. Sua reprodução ocorre no final do ano. O ninho é como uma tigela rasa lembrando o de pombos silvestres. Odimorfismo sexual ocorre a partir dos 2 anos de idade. Todo cuidado parental fica por conta da fêmea. É ela quem constrói o ninho e se incumbe da criação dos filhotes. A postura é de cerca de 2 ovos, o período de incubação de 23 dias e os filhotes saem do ninho com 27 dias de idade.
Hábitos
Tem um comportamento bastante social no grupo, que tem moradia fixa em árvores, na maioria dos casos nas emergentes (acima do dossel), podendo passar muitos anos habitando uma mesma área, até mesmo por várias gerações de uma mesma família. É uma ave migratória. Habita mata primária, floresta preservada, capoeiras com fruteiras, matas litorâneas e Mata Atlântica.
As aves pertencentes à família Cotingidae estão entre as mais eficientes disseminadoras das plantas de cujos frutos se alimentam. Isto porque o poder germinativo das sementes não é prejudicado ao passar pelo trato digestivo dessas aves, podendo ser inclusive maximizado. É procuradíssima pelo mercado de “aves de gaiola” devido ao seu canto e coloração característicos. A captura ilegal da araponga em vida livre e a crescente destruição de seu habitat são os principais motivos de ameaça.
Distribuição Geográfica
Ocorre de Pernambuco, sul da Bahia, Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sul de Mato Grosso do Sul e regiões vizinhas da Argentina e Paraguai.                            



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Papagaio-verdadeiro

  Papagaio-verdadeiro
 

    Classificação científica

·         Reino: Animalia
·         Filo: Chordata
·         Classe: Aves
·         Ordem: Psittaciformes
·         Família: Psittacidae
·         Gênero: Amazona
·         Nome científico: Amazona aestiva
·         Nome popular: Papagaio-verdadeiro
·         Categoria: NÃO AMEAÇADO  
·      Etimologia
"Ajuruetê" vem do tupi ayurue'tê, "ajuru verdadeiro"Papagaio-de-fronte-azul" é uma referência a sua fronte azul. 
Descrição
O papagaio-verdadeiro é principalmente um papagaio verde com cerca de 38 cm (quinze polegadas) de comprimento e pesa cerca de quatrocentos gramas. Tem penas azuis na testa, acima do bico e amarelo na cara e coroa. Distribuição do azul e amarelo varia muito. A cor da íris dos adultos é amarelo-laranja no macho ou vermelho-laranja na fêmea. Se destaca um fino anel externo vermelho. Os imaturos têm íris marrom uniforme. O bico é negro no macho adulto. É uma das espécies mais inteligentes de ave do planeta. Sua expectativa de vida é de oitenta anos. Os papagaios-verdadeiros também costumam repetir o que ouvem de seus donos.
Raças geográficas
Existem duas raças geográficas: Amazona aestiva, com asa vermelha, no Brasil oriental, e A. aestiva xanthopteryx, com penas pequenas superiores e a cabeça amarelas.
Além disso, há importantes variações individuais em ambas as raças, como o padrão facial e da quantidade de cor amarela e vermelha no ombro. As espécies com essencialmente nenhum amarelo na cabeça e o ombro totalmente verde são conhecidos de norte-oeste da Argentina.
Habitação e distribuição geográfica
É encontrado em mata úmida ou seca, em beira de rios e cerradões na BolíviaParaguai e Norte da Argentina. No Brasil, ocorre do Nordeste, mais especificamente em PiauíPernambucoBahia, pelo Brasil central nas Minas GeraisGoiás e Mato Grosso, ao Rio Grande do Sul.
Desde a década de 1990, tem sido observado com crescente frequência na Grande São Paulo. Provavelmente, escapes de cativeiros contribuíram para isso, mas é certo que estas aves têm se adaptado e se reproduzido na capital paulista.
Criação
O papagaio-verdadeiro faz ninhos nas cavidades de árvores. Os ovos são brancos ovais e medem cerca de 38 x 30 milímetros. Há geralmente três a cinco numa ninhada. A fêmea incuba os ovos por cerca de 27 dias e as crias deixam o ninho cerca de 60 dias após a eclosão.
Estado
A situação desta espécie é avaliada como pouco preocupante pela BirdLife International. Continua a ser comum em toda uma parte significativa da sua área e não há evidência de um declínio da população, apesar da espécie estar sendo fortemente negociada: desde 1981, quando foi cotada na Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção no Apêndice II, 413 505 indivíduos selvagens capturados foram registados no comércio internacional. A espécie é uma praga agrícola na sua região nativa.
Paradoxalmente, o comércio ilegal pode ter contribuído para a expansão da gama deste papagaio. Está se tornando comum, por exemplo, no Rio de Janeiro, que não é uma parte da sua região histórica, o que é atribuído ao escapamento da espécie do cativeiro. Os papagaios são capturados clandestinamente e transportados para serem vendidos ilegalmente. A única maneira legal de possuir essa e outras aves da fauna brasileira é possuindo uma ave com anilha, documento e ter a permissão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Além da captura, se perdem ovos e muitos filhotes morrem no ato da retirada das aves dos ninhos, pois frequentemente derruba-se a árvore, eliminando assim também os locais favoráveis para reprodução, como exemplo, as palmeiras velhas, que são os melhores locais para essas aves procriarem.
Alimentação
Sua alimentação na natureza é a base de castanhas, frutas silvestres e sementes, principalmente leguminosas. Em cativeiro são oferecidos, além da ração comercial, frutos, sementes e vegetais, uma simulação de alimentação balanceada com todos os nutrientes necessários para uma vida saudável em cativeiro, quando filhotes, em cativeiro, precisam de cuidado redobrado, pois é necessária a monitorização da alimentação que deve ser dada diretamente na boca, até que ele tenha a capacidade de se alimentar sozinho.
Na natureza, procuram seu alimento tanto nas copas das árvores mais altas, como em certos arbustos frutíferos. Ao subirem na ramaria, utilizam o bico como um terceiro pé; usam as patas para segurar a comida, levando à boca. Gostam mais das sementes do que da polpa da frutas. São atraídos por árvores frutíferas como mangueirasjabuticabeira,goiabeiraslaranjeiras e mamoeiros.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Tico-tico-rei

             Tico-tico-rei

                                    Classificação Científica
Reino:
Filo:
Classe:
 Aves
Ordem:
SubOrdem:
Parvordem:
Família:
 Cabanis, 1847
Espécie:

Características 
Medindo cerca de 13,5 cm, tem tamanho semelhante ao tico-tico comum. O macho só exibe completamente seu belo topete quando está excitado ou ao cantar. 

Alimentação 
Alimenta-se de sementes, brotos, frutas, insetos. Desloca-se pulando no solo ou entre moitas e arbustos onde procura sementes, frutos e insetos para se alimentar. 

Reprodução 
Atinge a maturidade sexual aos 10 meses. Cada ninhada geralmente tem entre 3 e 5 ovos, geralmente azulados, tendo de 2 a 3 ninhadas por temporada. Os filhotes nascem após 13 dias. O ninho em forma de tigela é construído em arbustos fechados não muito longe do solo. É feito de gravetos e fibras entrelacadas e forrado com penas e outros materiais macios. Os pais se revezam na alimentação dos filhotes. 

No Mato Grosso, Goiás e oeste de Minas Gerais aproxima-se do tico-tico-rei-cinza (Coryphospingus pileatus) encontrando-se com ele em certos locais e com ele hibridando-se. 

Hábitos 
Apesar de sua beleza o tico-tico-rei, não é uma ave que costuma chamar muita atenção, principalmente por causa de seu comportamento discreto e solitário. 

Vivem solitários a maior parte do ano, eventualmente juntando-se a bandos mistos de espécies granívoras (que comem sementes), mas na época da reprodução, que costuma coincidir com os meses quentes do ano, formam casais. 

Distribuição geográfica 
Presente em duas regiões separadas: 

1. Leste do Pará e Maranhão; 
2. Do Mato Grosso e Goiás ao oeste de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Encontrado localmente também nas Guianas, Peru, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina. 















         

terça-feira, 17 de junho de 2014

João-de-Barro

João-de-Barro  

Classificação Científica

F. rufus
    joão-de-barro ou forneiro (Furnarius rufus) é uma ave Passeriforme da família Furnariidae. É conhecido por seu característico ninho de barro em forma de forno (característica compartilhada com muitas espécies dessa família). É a ave símbolo da Argentina, onde é chamado de hornero ("Ave de la Patria" - desde 1928).
Descrição
Possui o dorso inteiramente marrom avermelhado (por isso o epiteto específicorufus). Apresenta uma suave sobrancelha, formada por penas mais claras, em leve contraste com o restante da plumagem da cabeça. Rêmiges primárias (penas de voo, nas asas) anegradas, visíveis em vôo, com as asas abertas. Ventralmente é de coloração mais clara. Tem cerca de 20 cm de comprimento e não apresenta dimorfismo sexual evidente, mas sua plumagem pode mostrar variações regionais; no sul da Argentina tende a ter um tom mais pálido e acinzentado; no Piauí e Bahia as cores são mais fortes, mais avermelhado no dorso e mais escuro e ocre no ventre. Também seu tamanho pode variar, sendo em geral as populações do sul ligeiramente maiores que as do norte.
Taxonomia, ocorrência e denominação popular
nome científico do joão-de-barro é Furnarius rufus, tendo sido descrito pela primeira vez por Johann Friedrich Gmelin em 1788. Pertence à ordem dosPasseriformesfamília Furnariidae. O gênero Furnarius foi descrito por Louis Jean Pierre Vieillot em 1816. Da espécie partem cinco subespécies:
·         Furnarius rufus albogularis (Spix, 1824)
·         Furnarius rufus commersoni (Pelzeln, 1868)
·         Furnarius rufus paraguayae (Cherrie & Reichenberger, 1921)
·         Furnarius rufus rufus (Gmelin, 1788)
·         Furnarius rufus schuhmacheri (Laubmann, 1933)
É uma espécie nativa da ArgentinaBolíviaBrasilParaguai e Uruguai, ocupando uma vasta região, que vai do sul dos estados brasileiros de PernambucoGoiás eMato Grosso, cobre toda a parte leste da Bolívia, seguindo para o sul pelas encostas da Cordilheira dos Andes até a altura da Pensínsula Valdez, na Argentina, espalhando-se destes limites até o litoral atlântico. Sua população não foi quantificada, mas parece estar aumentando e foi descrita como uma ave comum. Por tais motivos a Lista Vermelha da IUCN a classifica como espécie em condição pouco preocupante. A espécie tem invadido cada vez mais as cidades e, em virtude do desmatamento, que cria campos ou arborização rala, também sua zona de ocorrência está aumentado.
É conhecido em português por vários apelidos, como joão de barro, amassa-barro, barreiro, forneiro, maria-de-barro, oleiro, pedreiro, e em espanhol pode ser chamado de hornero común, alonsito e hornero.
Ecologia e biologia
Vive em áreas de vegetação esparsa ou em campos abertos. Passa grande parte do tempo no solo, destacando-se por seu andar pausado característico, que alterna com pequenas corridas. Alimenta-se de insetos e larvas, aranhas e outros artrópodes. Pode ocasionalmente ingerir sementes. Raramente forrageia nas árvores. São monógamos e os casais permanecem unidos por longo tempo. Defendem seu território ao longo de todo o ano, tanto a fêmea como o macho, mas podem pernoitar fora de sua área. Têm o hábito de cantar juntos à entrada do ninho, agitando suas asas.
Seu ninho tipicamente em forma de forno o tornou popular. Em estado natural prefere os galhos baixos de árvores e troncos secos para nidificar, escolhendo pontos que possuam boa visibilidade do entorno, mas se não encontra um local adequado, pode nidificar até no chão ou sobre alguma rocha saliente. Em zona urbana, onde está perfeitamente adaptado, prefere postes elétricos, podendo construir também sobre edificações humanas. O hábito que tem de usar postes de eletricidade para nidificação tem causado problemas de manutenção para as empresas de energia elétrica. Não há relação direta entre a construção de ninhos e o período reprodutivo. A ave passa quase todo o ano envolvida em construções, às vezes mais de uma ao mesmo tempo, o que pode ser explicado pelo grande índice de perdas de ninhos por invasões de outros animais, acidentes com destruição e intervenção humana, e pela disponibilidade de barro fresco, que depende do regime de chuvas.
O casal se reveza na construção do ninho, uma estrutura em formato de forno, com 17 a 30 cm de diâmetro e uma altura de cerca de 20 cm, que pode pesar até 12 kg, embora a média seja de 5 kg. Divide-se em uma base ou plataforma, um vestíbulo estreito e uma câmara incubadora mais ampla, arredondada. A entrada tem em geral uma forma elíptica ou em crescente. Seu material é o barro, a palha e o esterco fresco. Todos os anos constroem um ninho novo, mas às vezes podem reformar um antigo. Também podem construir mais de um ao mesmo tempo. A construção leva de 2 a 18 dias para terminar, conforme a disponibilidade de material, mas se este falta podem interromper o trabalho e iniciar outro ninho quando as chuvas formam novo barro. Depois de pronto o casal se ocupa em forrar a câmara incubadora - o que nem sempre ocorre - com fibras vegetais, pelos, cerdas e penas.
Ali a fêmea coloca de 3 a 4 ovos brancos, de casca frágil, que pesam de 4 a 7 g e medem de 27 a 29 mm de comprimento por cerca de 21 mm de diâmetro. A incubação, realizada pelo casal, só inicia consistentemente após a postura do terceiro ovo, levando de 14 a 18 dias. À noite, porém, parece que a incubação fica a cargo da fêmea. A taxa de natalidade é muito variável conforme a região. Os filhotes pouco depois de nascerem já apresentam comportamento defensivo, silvando como cobras e atacando intrusos com os bicos abertos, mas sem qualquer pontaria efetiva. Ambos os pais os alimentam. No início os adultos permanecem junto dos filhotes para aquecê-los, mas após oito dias de vida os pais vão passando mais tempo fora do ninho. Com 14 dias as crias já treinam seu canto, e aos 20 dias deixam o ninho, mas por poucos dias mais os pais ainda os alimentam. Se uma segunda postura se realiza na mesma temporada, os juvenis podem ajudar os pais a construir um novo ninho.
Entre seus inimigos estão o anu-branco, o guira-guira, que preda ovos e filhotes, o gavião-carijó, a águia-chilena, que destroi o ninho e preda filhotes, e o gambá, que preda ovos, filhotes e adultos e depois ocupa o ninho. Pardais podem expulsar o joão-de-barro para usar seu ninho. O Molothrus bonariensis pode parasitar os ninhos colocando ali seu ovo, para que o casal de joão-de-barros o incube e crie o filhote alheio. Ninhos vazios são ocupados por uma grande variedade de aves, alguns insetos como abelhas e percevejos, além de cobras e pererecas. A andorinha Phaeoprogne tapera utiliza exclusivamente ninhos vazios de joão-de-barro para sua própria nidificação.
O joão-de-barro é um pássaro muito popular, tanto que foi escolhido como a ave nacional da Argentina. Faz parte do folclore de várias regiões, sendo personagem de lendas. Uma delas diz que o macho pode encerrar uma fêmea infiel no ninho até que ela morra, o que nunca foi comprovado; Outra diz que ele constroi seu ninho com a abertura na direção oposta do vento e da chuva, mas as pesquisas realizadas apresentam resultados contraditórios. Também é dito que ele é um pássaro religioso, pois suspende a construção do ninho aos domingos e dias santos. Isso tampouco tem comprovação científica. Em algumas regiões interioranas seus ninhos vazios se tornam objetos de decoração doméstica.
Seu canto, junto com o de outros pássaros, foi uma inspiração para o compositor erudito Olivier Messiaen. Foi protagonista do livro infantil O Armário do João de Barro, de Christina Dias; deu seu nome a um projeto do governo brasileiro de construção de casas populares no interior, especialmente no Nordeste; foi tema de uma poesia de Cassiano Ricardo; é um motivo constante na obra do pintorJosé Antônio da Silva e foi cantado na conhecida toada caipira João de barro, de Teddy Vieira e Muibo César Cury. A artista Celeida Tostes utilizou seus ninhos para a criação de uma instalação apresentada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage em 1990. Além disso a ave já batizou uma plataforma criptográfica para a Autoridade Certificadora Raiz da Infra-estrutura de Chaves Públicas do Brasil uma ONG, um concurso nacional de literatura da prefeitura de Belo Horizonte.
Em Sobradinho corre uma lenda de que a cidade foi fundada por um joão-de-barro, a quem ela também deve o nome, já que antigamente um viajante teria ali encontrado uma dessas aves a construir seu ninho, e ela, falando-lhe, disse que seria na forma de um "sobradinho", em memória das grandes casas de fazenda que um dia pontuavam a paisagem da região. Os indios avá guaraní assim explicam a origem do joão-de-barro: a jovem Kuairúi havia se enamorado de Tiantiá, um valoroso guerreiro. Queriam casar, mas o cacique Tabáire, pai de Kuairúi, não permitiu, porque a despeito de sua bravura Tiantiá não sabia construir uma cabana. Assim foram transformados em pássaros que ajudam um ao outro na construção do ninho.